HISTÓRIA

FUNDADA EM 04/06/67, CHAMAVA LIGA BAETA DE FUTEBOL DE MESA, FOI FUNDADA DENTRO DO CAMPO DO TUPYNAMBÁS FC, OS PRIMEIROS PARTICIPANTES FORAM OS ATLETAS DO JUVENIL DO BAETA, CAMPEÃO DA LDJF EM 1967. O PRIMEIRO TORNEIO FOI REALIZADO EM 21/12/1967. NO DIA 18/01/1968 MUDOU O NOME PARA LIGA AMADORISTA DE FUTEBOL DE MESA. NO DIA 11/07/1988, PASSOU A SE CHAMAR OFICIALMENTE, COM REGISTRO EM CARTÓRIO, FUTRICA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE MESA. PARA A ESCOLHA DO ESCUDO DA FAFM, FORAM SELECIONADOS TRÊS MODELOS: O PRIMEIRO DO RACING DA ARGENTINA, O SEGUNDO DO RIVER PLATE DA ARGENTINA E O TERCEIRO DO NACIONAL DO URUGUAI. O ESCOLHIDO FOI O DO RACING. AS CORES VERMELHO EM HOMENAGEM AO TUPYNAMBÁS FC E O AZUL EM HOMENAGEM AO EC SÃO CARLOS. O ATUAL PRESIDENTE É SIDNEY ALVES VIEIRA.
ESCUDO DO FUTRICA A.F.M.

ESCUDOS QUE PARTICIPARAM DA VOTAÇÃO



REPORTAGEM:

Portal Toque de Bola
Referência de esportes na internet
Texto: Thiago Stephan - Atualizado em:  27/07/2012  10:38


Futrica, entidade benemérita também no esporte

No dia 2 de julho, o Bar do Futrica foi homenageado na Câmara Municipal com o título de Entidade Benemérita por ser considerado uma instituição de alta relevância para Juiz de Fora. Quem é frequentador do estabelecimento sabe também da importância que a Família Vieira teve e tem para o esporte da cidade, sobretudo no que diz respeito a duas modalidades: futebol e futebol de mesa, paixões que atravessam gerações dos Vieira e deixa seu nome marcado na história da cidade. Para contar esta saga, o Toque de Bola ouviu um dos proprietários do bar e restaurante, Sidney Vieira. Organizado, ele guarda os registros do tempo em que era jogador, técnico e supervisor de futebol, uma fase que, segundo ele, ficou no passado. Atualmente, ele divide seu tempo entre as atividades na familiar empresa, que administra ao lado do irmão, Ademir, a família e a Futrica Associação de Futebol de Mesa, que funciona em sua casa, no bairro Vila Ozanan.
O início
A história da família com o esporte começou com Geraldo Vieira, pai de Sidney e Ademir, no final da década de 1950. Em 1958, “seu” Futrica, como era conhecido, fundou um time para meninos: o Flamenguinho da rua Henrique Surerus, no bairro Ladeira. Deste time sairiam dois jogadores que tiveram grande projeção no futebol brasileiro: Cafuringa (jogou no Botafogo, Fluminense e Atlético-MG, entre outros) e Waltencir (atuou no Botafogo, Colocado-PR e chegou a fazer um jogo pela Seleção Brasileira).
“Éramos garotos e meu pai sentiu-se na obrigação de fazer um time para nós jogarmos. Como não conseguíamos jogar no time principal, chegou a ter três equipes: Flamenguinho, Rubro Negro e Expressinho. O jogo de camisa do Expressinho ele conseguiu após partida contra o Vasquinho do JK. Quem perdesse entregava a camisa. O Flamenguinho ganhou de 4 a 0”, relembra Sidney, rindo.
O time fez muito sucesso e, em 1962, Futrica foi chamado para trabalhar no Sport. Levou todos os jogadores do Flamenguinho, base do time tricampeão juiz-forano juvenil entre 1963 e 1965. Entre eles estavam Sidney e Ademir. Em 1966, Futrica saiu do Sport e foi para o Tupynambás. Levou o time com ele e foi, novamente, tricampeão, de 1967 a 1969), desta vez nos juniores.
Dos dois irmãos, foi Sidney quem acabou tendo um envolvimento maior com o esporte. Jogou no Flamenguinho, no Sport, Tupynambás e, por último, no Nacional do Ladeira. Chegou a jogar profissionalmente no Baeta e no time adulto do Sport, mas como amador. “Todo mundo sonhava em ser jogador de futebol. Minha decepção foi quando recebi um convite para ir para o Cruzeiro. Fui, mas nem cheguei a jogar. Não consegui me adaptar ao ambiente. Não sei explicar, mas aquele não era o meu ambiente”, afirma.
Do campo para o banco: revelando talentos
Desistir do futebol? Que nada! Em 1981, após receber convite do diretor Saulo, foi treinar o time juvenil do Sport. No ano seguinte, chegou ao título da Liga de Futebol de Juiz de Fora (LFJF). Posteriormente, recebeu outro convite, desta vez para treinar as categorias de base do Vila Branca, no bairro Monte Castelo. Ficou cinco anos até ser campeão juvenil da LFJF. Tinha um trato com a diretoria do clube: depois de ser campeão, sairia. Nesta época, treinou o José Bonifácio, o Zebu.
Já na década de 1990, montou a escolinha do Futrica no Esporte Clube São Carlos. “Tinha o campo entre 7h e 9h para fazer a escolinha. Tudo com o aval da diretoria. Até hoje somos parceiros”, afirma. Foram três anos e muitos garotos. “Foi o trabalho que me abriu as portas do Sport, mas só iria com o aval da minha esposa. Fui e fiquei lá por cerca de dez anos como supervisor. Cheguei a ter 500 alunos em um único ano. Um torneio interno teve 16 equipes”, relembra.
Depois, veio a última atividade ligada ao futebol. “Meu encerramento foi um trabalho de dois anos na Aldeia SOS, no futebol feminino. Hoje, o que continua é a minha paixão pelo futebol de mesa. Meus familiares não querem que eu mexa com o futebol novamente. Para quem leva a coisa a sério, satura muito. É uma paixão também, mas cheguei até a ficar internado”, revela, para depois acrescentar: “Sei o que meu pai passou. Às vezes, com time campeão, chega um diretor novo que não gosta da gente e manda embora. A parte política supera a parte técnica. Aconteceu com o meu pai e comigo também”, comenta Sidney. 
Futebol de Mesa
Paralelamente ao futebol, Sidney nunca deixou de promover as competições de Futebol de Mesa. “Quando começamos, chamava Liga Baeta de Futebol de Mesa, depois mudou para Liga Amadorista de Futebol de Mesa e, posteriormente, Futrica Associação de Futebol de Mesa (FAFM), quando foi feito o registro, em 1967”. Neste período, 432 pessoas passaram pelo Futrica. Atualmente, são 35 botonistas.
Ao longo de todo esse tempo, a FAFM passeou entre diferentes regras. Foi do Dadinho para a Bola Três Toques, voltou para o Dadinho e agora inicia as atividades no Dadinho 9 x 3. “Os títulos são importantes, mas nem tanto. Ficam as lembranças de alguns que já foram. Me recordo muito do José Henrique Winter. Guardo as lembranças dele com saudades. Ele foi um baluarte do Futebol de Mesa. Tem outros elementos que também foram importantes para o Futebol de Mesa, o Gilson Nogueira, por exemplo, que criou a Liga Juiz-forana de Futebol de Mesa”, relembra Sidney. Gilson está vivo e mora no bairro São Mateus.
O início da paixão pela modalidade está ligado à atividade da mãe. “Minha mãe costurava e tinha uma caixa com botões de vários tamanhos. Eu gostava de fazer campeonatos contra eu mesmo. Separava os botões das mesmas cores e formava os times do Campeonato Carioca. Pegava a tabela e fazia o meu campeonato particular. Tinha todos os registros, mas perdi com o tempo”, observa.
O veterano botonista espera que o futuro da FAFM fique resguardado. Para isso, ele fez um pedido especial para o seu neto, Nycolas. “Com a vinda dos meus netos, um tem seis anos e o outro dois, e eles já são apaixonados, a gente fica satisfeito de ver que o Futebol de Mesa vai prosseguir. Fiz um pedido ao Nycolas para que ele nunca vendesse a nossa casa. O avô não vai ficar aqui eternamente. Queria que ele mantivesse o Futebol de Mesa lá em casa. Cada domingo que chega é uma novidade. Agora, fiz um quadro com o nome de todos os campeões e coloquei na parede. É importante para o cara ver o nome dele lá. Isso é muito bacana”, comentou, sentado em uma mesa do seu bar.
Além de criar amizades, as atividades da FAFM também foram importantes para revelar nomes de ponta do Futebol de Mesa nacional, casos de Luiz Henrique Colla, Leonardo Stumpf, Rodrigo Cunha, Leandro (Leco) Benício, entre outros. Rondinely Vieira, seu filho, também é um grande botonista, mas optou por jogar apenas competições locais. Atualmente, ele divide com o pai a organização dos torneios. Nycolas, filho de Rondinely, neto de Sidney e bisneto de Geraldo,  já participa, dando a sensação de que essa história ainda vai longe. O primo Bernardo, dois anos, já sabe o nome de time que foi registrado na FAFM: “Paraná”.
Sidney sempre foi torcedor do Tupynambás. Rondinely prefere o Sport. Nycolas era Baeta, mas virou carijó. “Sabe por que meu neto é Tupi? Ele era Baeta. Um dia, ele virou para mim e disse que o time dele não jogava. Foi por isso que ele trocou. Hoje, eu também torço pelo Tupi, mas meu coração é Baeta”, revela, saudoso do tempo em que o Tupynambás tinha um futebol forte.
Bar, doce bar
Em 1957, “seu” Futrica adquiriu o bar de um cipriota. Desde então, o estabelecimento não mudou muita coisa. A disposição das mesas e do balcão continua a mesma, assim como a maneira de atender. Ao longo deste período, o local virou ponto de encontro dos amantes do futebol, entre eles diversos jornalistas. “Tive a felicidade de conhecer grandes repórteres e comentaristas, como Mário Helênio, João Batista de Paula, Maurício Menezes, Flávio Ciscoto, Paulo Roberto Simão, Jamil Saleme, Ivan Elias, Ricardo Wagner, Dirceu Costa Ferreira, Geraldo Gehein, Geraldo Mendes, entre outros”, disse Sidney.
O local também foi frequentado por um dos grandes nomes do futebol nacional. “O João Saldanha era amigo particular do meu pai. Todas as vezes que estava na cidade, vinha ao Futrica. Nas transmissões que participava, costumava citar o bar. Veio muitas vezes. Parece que ele tinha uma namorada em Juiz de Fora”, explica Sidney.
Sobre o título de Entidade Benemérita, Sidney destaca que foi muito marcante. “O bar ter sido considerado Entidade Benemérita foi marcante para toda a família. Temos que agradecer à cidade, aos fregueses”, afirma, emocionado.
Confira abaixo fotos que comprovam a relação dos proprietários do Bar do Futrica com o Futebol. Passe o mouse sobre as imagens para obter informações das mesmas. Breve, fotos do Futebol de Mesa.

Texto: Thiago Stephan


http://www.toquedebola.esp.br/nossa-historia/2012/07/futrica-entidade-benemerita-tambem-no-esporte/

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